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Por que fazer Psicoterapia vai me fazer sentir melhor?

Foto do escritor: Marcela CarvalhoMarcela Carvalho

Quando pensamos em fazer psicoterapia, e nunca tivemos contato prévio, ou mesmo quando já tivemos, algumas perguntas que nos ocorrem: se eu conversar com essa pessoa, que se dispõe a me escutar, isso vai funcionar? Meu sofrimento vai passar? Vou deixar de sentir as coisas ruins que sinto?

Como posso resolver problemas tão antigos simplesmente falando sobre eles? Não é a mesma coisa que bater um papo com um amigo num bar, ou conversar com meu líder religioso, ou desabafar com um familiar?


É importante sinalizar que fazer psicoterapia não é a mesma coisa que termos essas conversas com pessoas próximas a nós. Embora essas conversas possam ser prazerosas, geralmente, há um conselho a ser dado, há uma crítica, um consolo, ou sugestão, que por mais que esteja repleta de boas intenções e carinho, não necessariamente nos propicia aquilo que realmente estamos necessitando.


Muitas vezes precisamos de alguém que nos escute de modo que possamos ser nós mesmos, para conseguirmos refletir sobre a situação em questão, sem receio de dizer algo e sermos recriminados ou aconselhados, já que no espaço de escuta psicoterapêutico, não há julgamentos morais, certo e errado. Há você e seu jeito de ser e estar no mundo!


Quantas vezes já dissemos para nossos companheiros: “Ah! Eu só quero reclamar, só quero queixar um pouquinho!”? Justamente sinalizando que não queremos uma sugestão, uma solução para o nosso problema, isso porque internamente sabemos que a resposta precisa vir de nós mesmos.


Então, como se estabelece a relação com o psicoterapeuta para que possamos confiar a ponto de relatarmos nossas ideias, nossos sonhos, as coisas mais esquisitas de nós mesmos, nossos mais terríveis pensamentos, nossas dores e angústias?


A psicoterapia individual é uma relação de afeto estabelecida entre duas pessoas. Durante as primeiras sessões, denominadas “entrevistas preliminares”, você relata o motivo que o levou àquela sessão, contando a sua história e vai percebendo como aquele que o escuta te percebe, te acolhe, se conecta a você. Conforme as sessões vão ocorrendo, um vínculo entre o sujeito que busca terapia e aquele que se prontifica a estar lá para ouvir vai se construindo.


É esse vínculo que promove a segurança para falar daquilo que não conseguimos dizer aos outros, e que muitas vezes, até então, também ignorávamos. É esse falar espontâneo e autêntico, que traz as benesses de uma psicoterapia, e nos ajuda a viver melhor.


Jorge Ponciano Ribeiro disse em uma entrevista que “quando a pessoa se sente cuidada ela se cura. Então o processo terapêutico é uma pedagogia do cuidado, é uma pedagogia do amor, da entrega, do encontro. Aí quando o cliente se sente assim, há uma mudança na estrutura dele”. É essa relação estabelecida com alguém, que acreditamos poder nos ajudar, que nos faz sentir cuidado, amparado, não julgado, que promove a transformação subjetiva e a nossa melhora acontece.


Portanto, o sujeito que busca por psicoterapia psicanalítica "é preciso estar às voltas com algum tipo de sofrimento, acrescenta-se à isso uma inquietação de saber, uma fissura de saber (...) A demanda de análise tem que ver com reduzir o sofrimento, mas também, e aí falando de uma demanda mais contemporânea, tornar-se uma pessoa melhor, tornar-se uma pessoa mais interessante, tornar-se alguém capaz de suportar conflitos, de se amigar ao seus conflitos e de extrair uma espécie de destino interessante para os seus conflitos" (Christian Dunker, vídeo "Quem precisa de análise? - Falando Nisso, 285).


Assim, a vivência psicoterapêutica nos possibilita compreender nosso modo singular de viver a vida e de nos relacionarmos com ela. E é durante esse processo que tomamos ciência de quem fomos, somos e de quem queremos ser. É desse modo, nessa operação subjetiva, entre cliente e psicoterapeuta, que construímos um saber sobre nós mesmos, sobre nossas angústias, dores e sofrimentos e

passamos a fazer escolhas mais conscientes, em direção àquilo em que acreditamos, sonhamos, desejamos.


Há aqui então, um convite para você que deseja viver uma vida com mais sentido, com mais autonomia, mais liberdade, com mais recursos subjetivos/psicológicos para lidar com as adversidades da vida e o sofrimento que viver implica.


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